A importância de viveres a tua vocação!
Vocação é um termo derivado do verbo no latim “vocare” que significa “chamar”. Por definição é um talento ou habilidade natural, que leva o indivíduo a exercer uma determinada carreira ou profissão que lhe vai dar prazer.
Dada a definição do que é a vocação, vamos fazer este pequeno exercício de 2 questões para vos levar a refletir:
- Vamos pensar em 10 jovens que conhecemos, quantos diriam que é importante viver a sua vocação? Provavelmente mais de 8 certo? Ou seja mais de 80% dos jovens que conhecem entendem ser algo importante;
- Agora vamos pensar em 10 adultos que conhecemos, quantos efetivamente estão a viver a sua vocação ou já a identificaram? Provavelmente menos de 3 certo? No entanto desse grupo de 10 adultos, quantos em jovem consideravam ser algo importante? E o que será que aconteceu entretanto?
Julgo neste momento todos termos chegado à relevante reflexão que estas 2 perguntas nos direcionam:
– A partir de quando… Em que momento das nossas vidas, é que viver/identificar a nossa vocação deixa de ser uma prioridade para nós?
A maioria de nós, enquanto jovens reconhecemos a importância de vivermos a nossa vocação, no entanto, não é uma preocupação imediata: “- Logo temos tempo para pensar nisso.“, mas…..se é algo importante , porque haveremos de deixar para mais tarde? Será que as mais de 2h/dia em média que os adolescentes gastam nas redes sociais serão mais relevantes? E se reduzíssemos para metade esse número, e a outra metade for dedicada a descobrirmos o tal talento ou habilidade natural?
E porque haveríamos de excluir os adultos desta busca? Existe alguma data de validade para descobrirmos as nossas aptidões naturais? Claro que não. Então porque não dedicar 30minutos do meu dia? Ou 1 h do meu sábado ou do meu domingo, é assim tão impossível?
O que acontece na maioria das vezes é que a vida vai tomando o seu rumo, e as responsabilidades apoderando-se do nosso tempo. Concluímos um curso, ou começamos uma carreira, e à medida que os anos vão passando, a nossa vocação deixa de estar presente no nosso imaginário, e passa a emergir apenas em conversas superficiais de esplanada de café, em que se debitam umas ideias das coisas que poderíamos ter sido ou alcançado e que nunca irão ver a luz do dia. Aquilo que em tempos era algo importante deixa de o ser, substituídos por argumentos como: tenho responsabilidades e contas para pagar / já não tenho idade / tem riscos associados / mudar agora dá muito trabalho / faltam-me apoios ou recursos / não tenho tempo. E esses argumentos ficam inscritos nas paredes da nossa consciência como outdoors publicitários, não me permitindo mais sonhar.
Serão esses argumentos assim tão válidos? Claro que sim, são argumentos a tomar em conta, mas serão mesmo impeditivos de vivermos a nossa vocação? Claro que não. Quantos exemplos existem de pessoas que mudaram a sua vida numa fase mais adiantada? Não serão estes argumentos, antes desculpas para ficarmos na nossa zona de conforto? Sim porque entre a insatisfação do meu dia a dia e o risco do desconhecido, o que escolhemos nós? Optamos pelo desconforto conhecido, sempre tem menos riscos.
A partir daí acreditamos que vivermos a nossa vocação passa a ser um bónus, um luxo, a que só alguns com sorte, terão acesso. E eu pergunto. Mas quem disse? Porque haveremos de aceitar isso? Porque haverás tu de aceitar que esta é única verdade do teu caminho?
A intenção desta reflexão não é o de deixarem tudo de um momento para o outro e passarem a trabalhar e fazer apenas e só aquilo que mais gostam. É sim, o de não desistirem nunca de viverem o vosso sonho, dediquem-se a ele nas horas vagas, procurem as respostas nas horas vagas. Vai levar mais tempo do que aquilo que pensavam? Vai, mas e então? Ao menos estão nessa direção, e acreditem que muitos dos vossos melhores momentos da semana, irão passar a ser os que estão relacionados com este processo de descoberta.
Os nossos dias têm 24h, ora a escolha passa por passarmos mais de metade do tempo que estamos acordados ao longo de toda a nossa vida: a cumprir uma obrigação e uma lista de tarefas, ou numa atividade em que nos sentimos entusiasmados, realizados e felizes.
Deixo-vos então este minuto para responderem à seguinte questão: o que vos impede, de uma parte da vossa semana ser dedicada à busca do vosso propósito? Não interessa o quanto, o que interessa é começar, sim começar. É pouco o que tens para dar? Que seja, mas começa. Sente que já estás no teu processo e começa! Sim começa!
Como identificar e viver a minha vocação?
Um raciocínio que surge muitas vezes a vivermos a nossa vocação, é associar a algo grandioso, a grandes feitos, a ganhar muito dinheiro, a ser o melhor do mundo em alguma atividade, mas porquê? Quem disse que viver a minha vocação tem de ter esta grandiosidade?
Recordam-se da definição com que começámos este artigo? Vocação é um talento ou habilidade natural que leva o indivíduo a exercer uma determinada carreira ou profissão que lhe vai dar prazer.
Não está na definição, que nos vai trazer dinheiro, fama, grandiosidade, isso pode vir a ser uma boa consequência se isso fizer parte dos teus planos, mas não deve ser a tua motivação. Porque se assim for, existe um grande risco de nunca encontrares a tua verdadeira vocação. Lembra-te, teres sucesso numa determinada área, não implica estares a viver o teu propósito.
Regressemos à base, é importante identificarem a vossa vocação? Então quantas horas já dedicaram a esse tema?
Existe uma teoria que diz que todas as pessoas têm o seu próprio nº de horas para descobrir a sua vocação, como exemplo alguns podem lá chegar ao fim de 40h, outros 400h, e outros podem ser mais de 4000h, agora quem vai lá chegar primeiro? Depende. Quem nunca começar pode simplesmente ter ficado à porta de a ter descoberto, por isso sem pensar nas horas necessárias, mais vale começar já não acham?